Por que a COP27 é mais relevante do que nunca?

Por que a COP27 é mais relevante do que nunca?

Também conhecida como Conferências das Partes (COP), a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ocorre todos os anos desde 1995. Ela é divulgada como um evento importante no calendário político global, abrindo espaço para políticos, especialistas, partes interessadas do setor privado e grupos da sociedade civil encontrarem maneiras de enfrentar a questão da mudança climática.

No entanto, apesar de terem se reunido todos os anos nos últimos 27 anos, os líderes mundiais não conseguiram conter o aquecimento global, como evidenciado pelo fato de que as temperaturas da superfície global aumentaram constantemente em 0,2 °C por década nos últimos 30 anos.

De 1990 a 2019, o efeito de aquecimento total dos gases de efeito estufa adicionados pelos seres humanos à atmosfera da Terra aumentou 45%.Fonte

Notavelmente, a COP27 viu menos líderes mundiais presentes em comparação à cúpula do ano passado, o que leva muitos a questionar não apenas a eficácia desse tipo de reunião política mas também a disposição dos políticos de todo o mundo de realmente reconhecer a importância da ação climática.

De quem é a responsabilidade?O Acordo de Paris (assinado por 196 partes durante a COP21 de 2015, em Paris) é talvez a medida mais reconhecida tomada pelos membros da COP a fim de estabelecer regras básicas e metas específicas que precisam ser cumpridas tanto em nível nacional quanto internacional. É importante ressaltar que o Acordo de Paris também incluiu a capacidade dos países de cooperar na redução de suas emissões de gases de efeito estufa.

A mudança climática é uma emergência global que vai além das fronteiras nacionais. É uma questão que requer cooperação internacional e soluções coordenadas em todos os níveis. Nações Unidas

A cooperação entre as nações é imperativa para enfrentar essa questão global, mas é de vital importância reconhecer a discrepância de causa e efeito entre os países: a maioria das emissões de gases de efeito estufa vem de nações desenvolvidas, enquanto os países em desenvolvimento, que menos contribuíram para o aquecimento global, estão pagando o preço mais alto por se encontrarem na linha de frente dos desastres naturais.

Perdas, danos e justiça climática

Com a COP27 realizada no Egito, os participantes da conferência não puderam deixar de se concentrar nos mercados em desenvolvimento, que, apesar de estarem entre os menores emissores de gases de efeito estufa, são alguns dos mais vulneráveis. Geralmente, os países que suportam o peso das catástrofes relacionadas  ao clima (inundações, secas, incêndios), não dispõem dos recursos necessários para se recuperar.

É por isso que um dos pontos de discussão mais importantes durante a COP27 foi a ideia de que as nações desenvolvidas devem fornecer apoio financeiro a fim de resolver esse desequilíbrio. Apesar da oposição de longa data dos EUA e da UE, a conferência foi encerrada com um acordo inovador para fornecer financiamento de “perdas e danos” para países vulneráveis duramente atingidos por desastres climáticos – marcando um passo importante na direção certa em prol da justiça climática.

“Este resultado nos leva adiante”, disse Simon Stiell, secretário executivo de Mudanças Climáticas da ONU. “Determinamos um caminho a seguir em uma conversa de décadas sobre o financiamento de perdas e danos – deliberando sobre como lidamos com os impactos nas comunidades cujas vidas e meios de subsistência foram arruinados pelos piores impactos das mudanças climáticas”.

Os objetivos que mais importam

Embora a mudança climática seja uma questão global, os países são responsabilizados individualmente por meio de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). O Acordo de Paris não define especificamente as ações que cada país deve tomar a fim de cumprir suas NDCs, e sim estipula que todos devem fornecer uma atualização sobre seu progresso a cada cinco anos.

As referências para o progresso estão aí, mas as linhas são tênues o suficiente para que países como a Suíça encontrem maneiras de financiar projetos verdes fora de suas próprias fronteiras e recebam crédito pela redução de emissões, sem necessariamente mudar suas próprias políticas ou reduzir sua pegada nacional.

Ao permitir essas táticas, que confundem colaboração internacional com responsabilidade nacional, a COP e o Acordo de Paris correm o risco de perder credibilidade. Muitos governos participantes já enfrentam acusações de greenwashing de think-tanks, ONGs e grupos da sociedade civil. É importante enfatizar o papel que a sociedade civil desempenha, acima de tudo, na responsabilização dos atores maiores, pois só se poderá dizer que a real mudança ocorreu quando a sociedade civil se beneficiar.

Uma abordagem ESG é a única maneira de medir o impacto duradouro, uma vez que visa o benefício da sociedade, tanto quanto o do meio ambiente e os resultados econômicos. Fazer promessas não é mais suficiente – é hora de uma ação real. Leia mais aqui sobre como as empresas podem evitar o greenwashing e agir para uma mudança real.

Do compromisso à prática

De acordo com o Climate Action Tracker, uma análise científica independente que acompanha a ação climática dos governos e a mede em relação aos compromissos assumidos nos Acordos de Paris, apenas 21 países apresentaram seus compromissos climáticos nacionais atualizados uma semana antes da COP27.

Se quisermos continuar contando com mecanismos como a COP e o Acordo de Paris, é importante questionar sua eficácia. Operando em uma área cinzenta, o Acordo é legalmente vinculante, mas não há penalidades para os países que não cumprem suas metas.

A crise geopolítica de 2022 certamente levou os governos a adotar mais fontes de energia alternativas, e vimos algumas medidas históricas em apoio à energia verde (principalmente o IRA de Biden). No entanto, muitos países da UE também aumentaram a produção de energia a carvão, além de firmarem  novos acordos com países da África para explorar novos campos de gás.

Tudo isso apesar das advertências da Agência Internacional de Energia de que qualquer desenvolvimento de mais combustíveis fósseis levará definitivamente a um colapso climático.

No entanto, há motivos para otimismo. De acordo com dados recentes divulgados pelo think-tank de energia Ember, o crescimento da demanda global de eletricidade foi atendido inteiramente pela energia renovável no primeiro semestre de 2022, demonstrando que o mundo pode ser alimentado sem combustíveis fósseis – desde que exista a vontade de fazer isso.

Do público ao privado

À medida em que os governos não cumprem suas promessas, o setor privado está decididamente mudando para iniciativas sustentáveis. Cada vez mais os investidores estão buscando estabilidade, o que os obriga a olhar para questões e fatores além da análise financeira tradicional.

O conceito de financiamento sustentável anda de mãos dadas com a avaliação do impacto ambiental e social. A mudança climática aparece com destaque dentro das considerações de financiamentos sustentáveis, pois há muitos fatores de risco envolvidos quando se trata de aquecimento global. Isso pode incluir riscos físicos, como danos causados por eventos relacionados ao clima. Embora estes possam ser difíceis de quantificar, diz-se que as perdas de seguro decorrentes de desastres naturais relacionados ao clima são quatro vezes maiores do que há 40 anos.

Não é de se admirar que um número crescente de empresas influentes esteja aderindo à iniciativa RE100, um movimento corporativo global de energia renovável.

Em geral, os investimentos globais em energia deverão aumentar 8% em 2022, com a maioria deles sendo direcionados para a energia verde.  Mas, embora  a COP26  tenha sido vista como a conferência para transferir mais peso dos governos para o setor privado.

Principais exemplos

No caminho rumo ao net zero, acreditamos que é importante ser crítico, mas também observar as boas práticas. Projetos como os abaixo estão liderando pelo exemplo, afetando a mudança em nível regional e inspirando mudanças em escala global.   

PaísProjetoO que o diferencia
EquadorDireitos da NaturezaO primeiro país do mundo a reconhecer os direitos da natureza em sua constituição, abrindo um precedente para que outros façam o mesmo.
União EuropeiaA Lei Europeia do ClimaTorna legalmente vinculante o compromisso da UE de alcançar a neutralidade climática até 2050 e estabelece uma meta intermediária de reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa, em pelo menos 55% até 2030, em comparação com os níveis de 1990.
Estados UnidosPlano de Emergência do Presidente para Adaptação e Resiliência, PREPAREOs Estados Unidos estão aumentando rapidamente seu apoio à programação de adaptação e resiliência para ajudar mais de meio bilhão de pessoas nos países em desenvolvimento a se adaptarem e gerenciarem os impactos das mudanças climáticas.

Seguindo em frente

Um dos benefícios de ter uma cúpula global para a mudança climática é como ela estabelece, em um cenário mundial, o apelo por uma ação climática urgente. Metas como o net zero até 2050, por exemplo, solidificam uma narrativa que coloca o futuro à nossa porta.

O fato é que as temperaturas continuam subindo. Também é fato que o setor de energia tem um grande impacto no clima, pois é responsável por cerca de dois terços de todas as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, as necessidades energéticas continuam crescendo.

Uma estratégia de energia limpa é, portanto, uma maneira segura de cumprir as metas nacionais (públicas e privadas) e internacionais de net zero. Por que não trabalhar com a Atlas para atingir essas metas?

A Atlas Renewable Energy foi concebida com sustentabilidade em seu núcleo. Ela desenvolve, constrói, financia e opera projetos de energia renovável limpa que permitem que as empresas alimentem suas operações de forma sustentável.

Com uma variedade de serviços, desde contratos de compra de energia renovável (PPAs) até  certificados de energia renovável (RECs), a Atlas ajuda grandes consumidores de energia em todos os setores a gerenciar sua transição para o net zero e acompanhar seu desempenho em relação a metas ambientais e de emissões de longo prazo.

Para saber mais sobre a abordagem da Atlas Renewable Energy e como ela pode alinhar sua empresa com o net zero, entre em contato através do e-mail  contacto@atlasren.com

Em parceria com a Castleberry Media, estamos comprometidos em cuidar do nosso planeta, portanto, esse conteúdo é responsável com o meio ambiente.